sábado, 29 de março de 2014

Novas NBCs trazem normas convergidas ao Código de Ética da IFAC



Por Maristela Girotto
O Plenário do Conselho Federal de Contabilidade aprovou três novas Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais Gerais (NBC PG): NBC PG 100, NBC PG 200 e NBC PG 300. Publicadas no Diário Oficial da União, no dia 25 de março, as novas NBCs estão alinhadas ao Código de Ética da Federação Internacional de Contadores (International Federation of Accountants – Ifac).

De acordo com o preâmbulo das NBCs, o CFC considerou, na elaboração das três Normas, o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais e a autorização, pela International Federation of Accountants, para a tradução e a publicação de suas normas pelo CFC e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), outorgando os direitos às duas entidades de realizar tradução, publicação e distribuição das normas internacionais.
A vice-presidente Técnica do CFC, Verônica Souto Maior, explica que as novas NBCs trazem o Código de Ética da Ifac convergido para a realidade brasileira. Porém, segundo ela, a Resolução CFC n.º 803/96, que aprova o Código de Ética Profissional do Contabilista, continua em vigência. “Não há conflito entre as Normas e a Resolução”, explica Verônica.
As novas NBCs
A NBC PG 100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade tem por base as Seções 100, 110, 120, 130, 140 e 150 da Parte A do Código de Ética da Ifac.
“Uma marca característica da profissão contábil é a aceitação da responsabilidade de agir no interesse público. Portanto, a responsabilidade do profissional da Contabilidade não é exclusivamente satisfazer às necessidades do contratante. Ao agir no interesse público, o profissional da Contabilidade deve observar e cumprir esta Norma. O não cumprimento de parte desta Norma, por determinação legal ou regulamentar, não desobriga o profissional do cumprimento daquilo que não for vedado”, inicia a NBC PG 100.
A NBC PG 200 – Contadores que Prestam Serviços (Contadores Externos) baseia-se nas Seções 200, 210, 220, 230, 240, 250, 260, 270 e 280 da Parte B do Código de Ética da Ifac.
“Esta Norma descreve como a estrutura conceitual contida na NBC PG 100 se aplica a determinadas situações para contadores externos. Esta Norma não descreve todas as circunstâncias e relacionamentos que podem ser encontradas por contador externo que criam ou podem criar ameaças ao cumprimento dos princípios éticos. Portanto, o contador externo é incentivado a permanecer alerta a essas circunstâncias e relacionamentos. Esta Norma se aplica também aos Técnicos em Contabilidade, no que couber”, introduz a NBC PG 200.
De acordo com a NBC PG 200, “contador externo é o contador, independentemente de sua especialização (por exemplo, auditoria, impostos, consultoria ou perícia) em firma que presta serviços profissionais a clientes. O termo é também usado em referência a uma firma de auditores”.
A NBC PG 300 – Contadores Empregados (Contadores Internos) tem por base as Seções 300, 310, 320, 330, 340 e 350 da Parte C do Código de Ética da Ifac.
“Esta Norma descreve como a estrutura conceitual contida na NBC PG 100 se aplica a determinadas situações para contadores que são empregados ou contratados (contadores internos). Esta Norma não descreve todas as circunstâncias e relacionamentos que podem ser encontradas pelo contador interno que criam ou podem criar ameaças ao cumprimento dos princípios éticos. Portanto, o contador interno deve ficar atento a essas circunstâncias e relacionamentos. Esta Norma se aplica também aos Técnicos em Contabilidade”, relata a Norma.
De acordo com a NBC PG 300, “contador interno é o contador empregado ou contratado na função executiva (elaboração da contabilidade da entidade) ou não executiva, em áreas como comércio, indústria, serviços, setor público, educação, setor sem fins lucrativos, órgãos reguladores ou órgãos profissionais, ou contador contratado por essas entidades”.

Fonte:  CFC

quarta-feira, 26 de março de 2014

Rebaixamento de nota de crédito do Brasil deve afetar consumidor, segundo especialistas

O noticiário econômico foi inundado desde a última segunda-feira (24) por uma expressão muito específica: rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O que isso significa?
A Standard and Poor's, companhia de serviços financeiros que faz uma avaliação de riscos para investidores, divulgou na noite da última segunda-feira que a confiança para investimentos no Brasil decaiu e já não é mais a mesma. Mesmo que o posicionamento do governo seja contra esta avaliação, o impacto negativo desta avaliação pode não ser imediato, mas é bastante preocupante.
Segundo a Folha de São Paulo, o rebaixamento da nota brasileira não afetou os mercados e, com este cenário, o valor do dólar chegou a diminuir. Faz todo sentido que a resposta não apareça agora, na avaliação de João da Rocha-Lima Jr., professor da USP e especialista em análise de investimentos.
"O conjunto das críticas envolvem temas recorrentes à economia do Brasil nos últimos anos. A avaliação nada mais é do que o reflexo do do conjunto de fatores da economia brasileira, como contas públicas desorganizadas e crédito induzido pelos bancos estatais. O rebaixamento da nota de crédito, a desconfiança dos investidores, não é por algo que 'aconteceu', mas por algo que 'vem acontecendo' na economia" afirma o professor.
Outros analistas corroboram com Rocha Lima Jr. Segundo a BBC, o mercado brasileiro está com o farol amarelo aceso. Para José Matias-Pereira, professor de finanças públicas na Universidade de Brasília, "o Brasil estava em uma situação privilegiada para um país emergente". Na análise de Matias-Pereira, o momento para este rebaixamento é o pior possível: "essa é uma questão extremamente grave porque reflete na taxa de juros. Não se poderia chegar num momento pior esse rebaixamento. E no fim, quem vai pagar a conta é o contribuinte brasileiro. Isso é um reflexo de baixo crescimento econômico. Se esperava que isso fosse ocorrer apenas depois das eleições, mas veio muito antes do que o esperado" explica.
Cabo de guerra
Nesta terça-feira, o Banco Central veio a público para explicar o rebaixamento da nota de crédito. "Independentemente da avaliação da agência de rating Standard & Poor's, que reclassificou o risco do País, o Brasil tem respondido e continuará respondendo de forma clássica e robusta aos desafios que se colocam no novo quadro internacional", disse o BC em nota. Do outro lado, a Standard & Poor's afirmou que não espera grandes ajustes na política fiscal brasileira, mesmo após as eleições, segundo a diretora responsável pelo Brasil na companhia americana, Lisa Schineller.
Segundo Lisa, a deterioração de indicadores fiscais, incluindo o aumento do déficit público, foi um dos fatores que levaram a agência de classificação de risco a colocar a nota brasileira em perspectiva negativa em junho do ano passado, frisou Lisa. Desde então, essa tendência não mudou muito e não dá sinais de que terá uma guinada.
O imbróglio do rebaixamento da nota foi tamanho que até a Câmara dos Deputados veio à público para defender o governo. Em concórdia com o que afirmou o Banco Central, o presidente da Câmara, Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou que o rebaixamento da nota de crédito causa preocupação, mas o governo deve manter a linha de crescimento do país.
Diante deste cenário, o professor Matias-Pereira, reafirma: "É uma decisão que preocupa porque tem um efeito imediato na taxa de juros e pode afetar o nosso nível de endividamento. É uma decisão muito ruim, mas era uma decisão esperada diante do que tem sido feito em relação ao governo".
Fonte: BrasilPost

sexta-feira, 7 de março de 2014

Como Gostar de Métodos Quantitativos

Orientando uma aluna hoje, encontrei a impressão de uma postagem antiga que achei bastante interessante sobre gostar de métodos quantitativos, publicada em 14/04/2011, no Blog "Contabilidade Financeira", que post aqui na integra. Obrigado pelo aprendizado do blogueiro.


Como Gostar de Métodos Quantitativos

Nos dias de hoje é cada vez mais comum a utilização de métodos quantitativos. Na área acadêmica quase todos os trabalhos, a partir do mestrado, usam métodos quantitativos. Mesmo em algumas áreas onde a parte discursiva é substancial, como história, administração ou direito, é cada vez mais comum o uso de fórmulas, pesquisas quantitativas, etc. Parece inevitável, portanto, a expansão dos métodos quantitativos. Entretanto, existem pessoas que tem bloqueio dos métodos quantitativos. Este bloqueio é decorrente das notas baixas em matemática no ensino médio ou por ter encontrado um professor que teve o prazer que fazer mais uma pessoa detestar qualquer coisa que tem um número ou uma fórmula. Eis alguns conselhos para resolver seu problema:
 1. Pense que você não está sozinho – Muitas pessoas possuem a mesma dificuldade. É muito mais comum encontrar alguém que seja ruim em números do que uma pessoa que seja analfabeta. Mesmo aquela pessoa que parece saber muito sobre o assunto, provavelmente não conhece tudo, tem dificuldades e já teve barreiras. Saber que você não está sozinho é importante para sua auto-estima.

 2. Tente vencer o obstáculo aos poucos – Você não conseguirá aprender métodos quantitativos de uma vez. Esqueça isto. Então comece com um passo de cada vez.

 3. Comece com um bom livro ou um bom filme – Métodos quantitativos podem ser interessantes. É verdade, acreditem. Para que você possa ter a mesma opinião, comece com lendo um livro que seja acessível ou assista a um bom filme.

 4. Em geral aulas da pós-graduação tende a ser mais focada do que aulas de graduação (esta dica eu li no Marginal Revolution) e a qualidade depende do instrutor. Por isto, procure o professor que irá ensinar da forma como você gosta. Em métodos quantitativos existem dois tipos de métodos de ensino: os professores que dedicam a ensinar a essência do método, enfatizando deduções teóricas pesadas; e os professores que ensinam a usar um software estatístico ou matemático. (Na realidade, a maior parte dos professores está num meio termo, apesar do segundo tipo ser muito criticado na academia). Escolha seu professor conforme o estilo dele e seu gosto.

 5. Tente não parar de estudar – Continue o aprendizado. Depois de aprender sobre regressão, você pode estudar programação linear, por exemplo. Continue estudando sempre.

 6. Tenha um bom companheiro de estudo – O seu companheiro poderá dar um incentivo adicional: o material didático. Já existem no mercado excelentes livros. Se você está estudando regressão múltipla e não entendeu os ensinamentos do Hair (um dos bons livros da área), tente o Field ou Stevenson ou outro qualquer. Às vezes a forma de exposição da idéia por parte de um autor pode ser mais clara do que outro.

 7. A melhor forma de vencer o obstáculo é saber que você tem uma necessidade. Lembre-se de que você precisa de métodos quantitativos. Isto pode ser uma motivação adicional para vencer.

 Para quem quer começar a gostar de métodos quantitativos, recomendo o seguinte:

 a) Numb3rs – Trata-se de uma série de investigação que passou na televisão a cabo brasileira e foi lançada no mercado de vídeo. Em cada episódio, o FBI estava diante de um problema e um grande matemático ajudava o Bureau. Em cada episódio, pelo menos um novo método. Nos Estados Unidos a série era acompanhada de um material didático, com aplicações e exercícios. Mas mesmo sem esta ajuda, é muito interessante acompanhar os irmãos Eppes nas aventuras da série.

 b) Último Teorema de Fermat – Este livro, de Simon Singh, conta a história da prova, feita por um inglês, do último teorema de Fermat.

 c) O Teorema do Papagaio – É um livro de ficção, de Denis Guedj, também sobre o Teorema de Fermat. É um pouco longo, mas também é didático.

 d) Uma Senhora Toma Chá – Também um livro didático, sobre a história da estatística.

 e) O Andar do Bêbado – Achei que este livro não deu o devido destaque aos fatos mais recentes. Mesmo assim, é bem escrito e didático

 f) O Homem que Calculava – Já estava cometendo uma injustiça, esquecendo de citar Malba Tahan. O homem que calculava é um livro mais juvenil, mas muito interessante. Quem já leu este livro e não gostou?